SANTIAGO, CHILE.- Existem no total de 22 milhões de celulares no Chile, quase 1,2 por pessoa. Devido à penetração dos dispositivos no país, e as transações comerciais feitas pelos chilenos a partir de seus celulares estão crescendo, empresas como o Metrô de Santiago aderiram ao mercado de aplicações.
A estatal chilena- cuja principal receita é a transferência de passageiros e publicidade – pode realizar este tipo de projetos desde o ano passado, após a entrada em vigor da Lei 20.950, que visava promover a inclusão financeira de menores renda, facilitando o acesso a meios de pagamento eletrônicos.
Hoje, a empresa iniciou um plano piloto com a aplicação Tpaga em Freire, na região da Araucanía, local escolhido devido a um compromisso entre a empresa e os parlamentares da área durante a discussão dos regulamentos.
O Metrô informou que o projeto implementado é “fechado”, ou seja, ele só pode ser usado por um grupo de 250 pessoas que possuem o aplicativo instalado em seus smartphones.
Suas equipes podem pegar um código QR do produto que comprarão, e eles serão cobrados imediatamente, de acordo com o dinheiro que eles carregaram. Em paralelo, o vendedor receberá informações sobre o procedimento. Até agora, foram registrados 28 estabelecimentos comerciais da comuna, dentre eles ferragens, lojas de flores e mercearias. Em uma primeira fase, $ 20 mil CLP serão depositados nos usuários para que possam usá-lo. O pagamento pode ser feito em compras não superiores a $ 5,000 CLP, durante esta marcha branca.
O aplicativo também estará disponível em La Reina (Região Metropolitana) a partir de 2018, embora ainda não esteja definido a quantidade de pessoas que poderão se registrar.
Rodrigo Azócar, Presidente do Metrô de Santiago, explicou que a empresa estava interessada em iniciar esta linha de negócios devido ao seu conhecimento de pagamento sem fio, já que em 2002 assumiu o cartão multivía para que os passageiros valissem os passagens (hoje “Bip!”). De fato, a carga média na rede é de R $1.790 CLP. “Nós entramos neste setor porque a empresa tem a capacidade de gerenciar pequenas transações com custos eficientes que não são atraentes para o mercado tradicional”, disse ele. O próximo passo para continuar expandindo o mercado é criar uma subsidiária de Metrô com uma linha exclusiva dedicada a esta área, entidade que será regulada pela Superintendência de Bancos.
A estatal espera cobrar um montante por cada transação, embora o valor não tenha sido reportado. Devido à conveniência do sistema, espera-se um rápido aumento de usuários e a comissão é baixa.
FONTE: La Tercera (Chile).