“A grande preocupação é ter um movimento bem coordenado para colocar os principais players em linha para participar das operações”, disse o diretor comercial do Banco do Brasil, Antônio Maurício Maurano. Ele disse que a infraestrutura é prioridade absoluta no banco. Mais do repassar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os vencedores da licitação, a instituição quer se firmar como uma referência na estruturação de negócios na área. A ideia é oferecer serviços antes dos leilões, com aconselhamento aos potenciais participantes, e depois ajudando a estruturar a operação e captar recursos.
“Existe preocupação com o financiamento porque o volume é grande e porque os interessados não vão dar lances num único lote”, comentou o superintendente nacional de Fundos e Investimentos Especiais da Caixa, Cassio Viana. “Ele é peça-chave não só para o retorno, mas para a própria solidez do negócio.”
Reuniões
As condições de empréstimos aos futuros concessionários de rodovias e ferrovias ocuparam parte da agenda da presidente Dilma Rousseff na terça, e nesta quarta-feira, 24, motivou duas reuniões do ministro da Fazenda, Guido Mantega: uma com bancos e outra com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho. Ainda estão em discussão temas básicos, como o custo dos empréstimos. Em fevereiro, o governo anunciou que seria a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais até 1,5% ao ano. A questão ainda não está 100% fechada.
Para essas concessões, haverá financiamento de até 70% com recursos do BNDES, que poderão ser repassados via Caixa e Banco do Brasil. Os demais 30% dependem de outras fontes, e também para essa parcela os bancos oficiais estão formatando fundos de financiamento. As instituições financeiras poderão ser sócias minoritárias dos empreendimentos ou apenas emprestar recursos. Os dois bancos trabalham com diversas possibilidades.
Interesse
Segundo Viana, há interesse de grupos de grande porte, pois buscam investimentos de longo prazo. Ele comentou que as concessões em infraestrutura despertam a atenção de estrangeiros. Para eles, existe um fator adicional a ser avaliado, que é a taxa de câmbio. A conjuntura econômica desfavorável não deve ser dificuldade para a atração de interessados nas concessões, avaliou o gerente executivo do Projeto de Infraestrutura do Banco do Brasil, Fabiano Macahan Fontes. “As oscilações de curto prazo não interferem, porque as concessões são de 30 anos”, comentou. “O que determina o investimento é um bom arcabouço jurídico e uma modelagem financeira adequada.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.