A analista de sistema, Adriana Pinheiro, 40 anos, colocou sua leitura em dia no último ano. Os livros, que antes estavam relegados a poucos minutos de atenção nos fins de semana, ganharam espaço na sua rotina depois que decidiu fazer o trajeto casa-trabalho utilizando as linhas de metrô e trem. Essa mudança de hábito só foi possível graças à integração da Linha 4-Amarela com as demais linhas. Adriana, que mora na Mooca (Zona Leste) e trabalha em Santo Amaro (Zona Sul), levava duas horas de carro para atravessar a cidade na ida para o trabalho. A volta para casa chegava a demorar até 3 horas, dependendo das condições do trânsito. “Era estressante e cansativo. Como não havia a conexão entre as linhas, não tinha opção de caminho. Hoje, gasto apenas uma hora para fazer o mesmo trajeto. A Linha 4-Amarela é essencial no meu itinerário e ainda aproveito para viajar nas histórias dos livros.”
Adriana é uma das 347 milhões de pessoas que foram transportadas pelos 14 trens da Linha 4-Amarela nesses dois anos de operação comercial plena, completados no dia 16 de outubro. O volume de passageiros representa quase duas vezes a população brasileira. “Transportamos pouco menos de dois Brasis na nossa Linha. O número mostra que temos demanda reprimida e que podemos transportar muito mais com um sistema integrado. O bem-sucedido modelo de negócio da Linha 4 comprova que essa é uma solução viável para o desenvolvimento do setor de transporte público urbano no País”, afirma Luis Valença, presidente da ViaQuatro, concessionária responsável pela manutenção e operação da Linha 4-Amarela.
Para atender todo esse contingente – média de 650 mil passageiros transportados por dia útil –, os trens da linha realizaram mais de 450 mil viagens no trecho entre as estações Luz e Butantã, equivalente a uma distância de 4,5 milhões de quilômetros percorridos nos atuais 9,5 km de trilhos. A grandeza dos números chega a 12 vezes a distância da Terra à Lua. Pelo número de viagens realizadas é possível avaliar o grau de eficiência da operação: a Linha 4 registrou nos últimos dois anos índice de disponibilidade (número de viagens programadas x número de viagens realizadas) de 99,96%.
Além dos diferenciais tecnológicos da linha, que garantem alto desempenho técnico, há também o suporte da manutenção diária e permanente. Os serviços de reparos da via (trilhos) e da rede elétrica aérea são realizados no período noturno. Quando as estações fecham as portas para o público, entram nos trilhos equipes especializadas para garantir que no dia seguinte mais viagens sejam feitas com conforto e segurança, dentro dos mais altos padrões de qualidade.
Todos esses fatores levaram a Linha 4-Amarela a obter avaliação favorável de 85% dos usuários de transporte público na cidade de São Paulo e região metropolitana, pela Pesquisa de Imagem 2012 da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Considerada a linha metroviária mais moderna da América Latina, neste ano, a Linha 4 foi escolhida como melhor PPP – Parceria Público-Privada da América Latina e Caribe pelo IFC – Internacional Finance Corporation, entidade financeira ligada ao Banco Mundial.
Outra fase
Quando as cinco novas estações (Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) da Fase II estiverem prontas, a Linha 4-Amarela terá 12,8 quilômetros de extensão e 11 estações, ligando a região da Luz, no centro da cidade, ao bairro de Vila Sônia, na zona oeste. A expectativa é que transporte, com as 11 estações, cerca de um milhão de passageiros diariamente.
Serão 29 trens em operação (hoje são 14) para atender à demanda estimada em cerca de 1 milhão de passageiros por dia/útil.
Os números da Linha 4-Amarela
350 milhões de passageiros transportados
530 mil viagens
5 milhões de quilômetros rodados
650 mil passageiros em média por dia/útil (recorde em 17 de junho de 2013: 745 mil)