O primeiro novo trem da Trensurb, dos 15 adquiridos junto ao consórcio FrotaPoa, foi recebido nesta quinta-feira (29) pela empresa metroviária. Segundo o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, “se tudo estiver dentro do previsto, até outubro estaremos em condições de colocar os primeiros novos trens circulando com usuários”.
Ao longo do dia, os quatro caminhões que transportaram cada um dos quatro carros da composição, de São Paulo até Porto Alegre, acessaram o pátio da empresa, no bairro Humaitá, para que o trem fosse descarregado na oficina de manutenção pesada. Cada carro é içado por uma ponte rolante, colocado sobre os trilhos dentro da oficina e preparado para o início dos trabalhos de acoplamento. Por dois dias, deve acontecer o acoplamento mecânico e elétrico dos carros. A partir daí, iniciam-se os testes estáticos, ainda dentro da oficina, para que sejam analisadas as funcionalidades de todos os sistemas e subsistemas elétricos do trem, o que deve durar pelo menos duas semanas.
Depois disso, começam a ser realizados testes dinâmicos, inicialmente apenas dentro do pátio da empresa, com deslocamento em baixa velocidade e, posteriormente, o novo trem passa a circular na via, sem passageiros, num trecho do elevado em Novo Hamburgo. Na etapa de testes dinâmicos, com duração prevista de pelo menos 60 dias, serão realizadas as avaliações de tração, frenagem, sinalização e segurança. A fase seguinte, que deve levar cerca de 15 dias, será de testes com dois trens acoplados – o segundo veículo deve chegar em aproximadamente duas semanas –, para que seja monitorada a interface entre os sistemas de duas composições.
Após os testes, ocorre o treinamento dos operadores de trem a fim de possibilitar que o primeiro novo veículo comece a funcionar comercialmente e transportar passageiros. A previsão inicial – caso os testes ocorram sem contratempos e não haja necessidade de grandes ajustes e intervenções – é que essa nova composição esteja disponível para operação comercial no mês de outubro.
Os parâmetros funcionais, operacionais e de segurança obtidos através dos testes dos dois primeiros trens serão aplicados aos demais veículos, fazendo com que o período de testes seja mais curto para eles. Até janeiro de 2015, todos os 15 trens serão recebidos pela Trensurb com intervalos de 15 a 20 dias entre cada entrega.
Os novos trens
As novas composições, de quatro carros cada uma, terão gasto energético cerca de 30% inferior às atuais, sistema de ar condicionado automatizado, painéis com mapa dinâmico da linha, sistema de comunicação multimídia, iluminação interna com LED, sistemas de autodiagnóstico e monitoramento de falhas e possibilidade de acoplamento – tornando possível a operação de dois trens acoplados nos horários de pico, totalizando oito carros e dobrando a capacidade de transporte de cada viagem.
“Os novos trens darão mais conforto ao usuário e ampliarão a capacidade de oferta de locomoção. Assim, conseguiremos colocar trens acoplados para circular nos horários de pico, largando a viagem com o total de oito carros. Certamente, os usuários irão sentir a diferença”, afirma o diretor-presidente Humberto Kasper.
O custo de cada um dos 15 trens está orçado em R$ 14,7 milhões. O valor global atualizado do empreendimento – conforme reajuste anual previsto em contrato – é de R$ 256,8 milhões. Com o enquadramento do projeto ao Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) e a consequente suspensão de recolhimento de PIS/PASEP e COFINS sobre o valor dos trens – excluindo-se os sobressalentes –, haverá uma economia de R$ 14,2 milhões, chegando-se ao valor total de R$ 242,6 milhões. Como os sobressalentes têm custo de R$ 22,1 milhões, isso quer dizer que o valor total das composições é de R$ 220,5 milhões.